Arquitetura

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      As restrições religiosas à representação de figuras humanas e de animais no Islã impediu a evolução de técnicas como a pintura e a escultura e acabou por transformar a arquitetura na modalidade artística mais desenvolvido na cultura islâmica.
      A arquitetura islâmica, em virtude da forte religiosidade, encontra sua melhor expressão na mesquita, edifício destinado às orações comunitárias.
      A casa de Maomé era local de reuniões para oração, centro político, hospital e refúgio para os mais pobres. Essas funções foram herdadas por mesquitas e alguns edifícios públicos.

      No entanto, persistiu a preocupação com a preservação de certas formas geométricas, como o quadrado e o cubo. O geômetra era tão importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem realmente projetava o edifício, enquanto o segundo controlava sua realização.
Compõe-se de um minarete, torre muito alta com plataforma da qual o almuadem chama os fiéis para as cinco orações diárias; um pátio de arcadas que tem, ao centro, a fonte para as abluções; uma grande sala de orações, dividida em diferentes naves com colunas; e a qibla, muro ao fundo da sala onde se encontra o mihrab, ou santuário, um nicho que indica ser aquela a direção da cidade santa de Meca, voltada para a qual os fiéis devem rezar. Junto ao mihrab, está localizado o púlpito, ou minbar.     

Vale sempre a riqueza da decoração, com base em motivos epigráficos (inscrições com trechos do Alcorão em escritura), vegetais (palmas, folhas de videira e de acanto) e geométricos (arabescos). A ornamentação inclui ainda, com freqüência, estalactites em gesso, em forma de prisma e com a face curva. A arquitetura islâmica se caracteriza também pelo uso do tijolo, muitas vezes coberto de mosaicos, estuque ou gesso; pelo emprego de arcos em forma de ferradura e multilobulados; e pelo uso da cúpula, elemento de origem bizantina, quase sempre ornamentada.     

Outras construções representativas foram os mausoléus ou monumentos funerários, semelhantes às mesquitas na forma e destinados a santos e mártires.

Elementos importantes

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      Artes visuais. De variedade estilística e virtuosismo técnico extraordinários, a arte visual islâmica é decorativa, colorida e, no caso da religiosa, não figurativa. A decoração islâmica característica é conhecida como arabesco, um ornato que emprega desenhos de flores, folhagens ou frutos -- às vezes, animais, esboços de figuras ou padrões geométricos -- para produzir um desenho de retas ou curvas entrelaçadas. Esse ornamento é empregado tanto na arquitetura quanto na decoração de objetos.  
     
      A cerâmica, o vidro, os tecidos, a ilustração de manuscritos e o artesanato em metal ou madeira têm sido de importância fundamental na cultura islâmica.
     
      Afrescos decoravam paredes de palácios ou de edifícios públicos e representavam cenas de caça e da vida cotidiana da corte. Seu estilo era semelhante ao da pintura helênica, embora, segundo o lugar, sofresse uma grande influência indiana, bizantina e inclusive chinesa.
     
      Estreitamente ligada à pintura, encontra-se a arte dos mosaicistas. Ela foi herdada de Bizâncio e da Pérsia antiga, tornando-se uma das disciplinas mais importantes na decoração de mesquitas e palácios, junto com a cerâmica. No início, as representações eram completamente figurativas, semelhantes às antigas, mas paulatinamente foram se abstraindo, até se transformarem em folhas e flores misturadas com letras desenhadas artisticamente, o que é conhecido como arabesco.    
     
      A ilustração de manuscritos se tornou uma arte bastante respeitada. O Islã considera a palavra escrita o meio por excelência da revelação divina. Por essa razão, a arte caligráfica se desenvolveu de forma rica e complexa, empregando uma ampla variedade de elegantes caracteres cursivos. A caligrafia era usada também como importante elemento decorativo na arquitetura e em peças utilitárias.  
     
      Tapeçaria. Os tapetes e tecidos desde sempre tiveram um papel muito importante na cultura e na religião islâmicas. Para começar, como povo nômade, esses eram os únicos materiais utilizados para decorar o interior das tendas. À medida que foram se tornando sedentários, as sedas, brocados e tapetes passaram a decorar palácios e castelos, além de cumprir uma função fundamental nas mesquitas, já que o muçulmano, ao rezar, não deve ficar em contato com a terra. Entre os desenhos mais clássicos estão os de utensílios, de motivos florais, de caça, com animais e plantas, e os geométricos, de decoração.
     
      Dança e teatro. Prejudicados pela questão teológica da representação humana e do perigo da idolatria, a dança e o teatro não tiveram, no mundo islâmico, a mesma expressão que os outros gêneros de arte. Houve, no entanto, uma forte tradição de dança folclórica na maioria dos países muçulmanos. A dança também se manifestou como espetáculo de entretenimento e, principalmente na Pérsia, como forma de arte.  

Cultura islâmica - Introdução

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CULTURA ISLÂMICA - INTRODUÇÃO


      A expansão do império fez com que os árabes absorvessem traços estilísticos dos povos conquistados, mas souberam se adaptar e os transformaram em seus próprios sinais de identidade. Foi assim que as cúpulas bizantinas coroaram suas mesquitas, e os esplêndidos tapetes persas, combinados com os coloridos mosaicos, as decoraram. Aparentemente sensual, a arte islâmica foi na realidade, desde seu início, conceitual e religiosa.

      No âmbito sagrado evitou-se a arte figurativa, concentrando-se no geométrico e abstrato, mais simbólico do que transcendental. A representação figurativa era considerada uma má imitação de uma realidade fugaz e fictícia. Daí o emprego de formas como os arabescos, resultado da combinação de traços ornamentais com caligrafia, que desempenham duas funções: lembrar o verbo divino e alegrar a vista. A beleza das letras contempla uma obra feita para deus.

      Na complexidade de sua análise, a arte islâmica se mostra, no início, como exclusividade das classes altas e dos príncipes mecenas, que eram os únicos economicamente capazes de construir mesquitas, mausoléus e mosteiros. No entanto, na função de governantes e guardiães do povo e conscientes da importância da religião como base para a organização política e social, eles realizavam suas obras para a comunidade de acordo com os preceitos muçulmanos: oração, esmola, jejum e peregrinação.
         Na arquitetura, a construção principal foi a mesquita, símbolo da vontade divina. Na pintura, proibiu-se a representação de seres vivos para impedir que se tentasse rivalizar com Deus e evitar o perigo da idolatria. A literatura sofreu igualmente a tensão entre as tendências liberais e ortodoxas. Cultivou-se sobretudo a poesia e a prosa não-narrativa. Ainda assim, a literatura de ficção se manifestou em coletâneas populares como As mil e uma noites, As minas do rei Salomão e Ali Babá e os quarenta ladrões.

A atuação de Maomé e surgimento do islamismo

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A ATUAÇÃO DE MAOMÉ E SURGIMENTO DO ISLAMISMO

  Maomé, que de acordo com a tradição nasceu por volta do ano 570, era membro da tribo dos coraixitas. Órfão e sem recursos, foi educado por um tio. Aos 25 anos empregou-se na caravana de uma rica viúva chamada Cadidja, o que lhe garantiu estabilidade financeira. Atuando como caravaneiro, tomou contato com as duas religiões monoteístas da época: o judaísmo e o cristianismo, das quais extraiu elementos para fundar uma nova religião monoteísta.

Segundo a tradição, o profeta aos quarenta anos teve uma visão do anjo Gabriel. Dizia-se instrumento de Deus, enviado aos árabes para ensinar- lhes o caminho da salvação. As revelações de Alá a Maomé foram mais tarde reunidas no Alcorão (que significa "recitação"), livro sagrado para o islamismo. A doutrina condenava o politeísmo idólatra, fonte de disputas entre os árabes, e defendia o monoteísmo fundado na submissão a Alá e na leitura rigorosa do Corão.

 Ao divulgar sua doutrina, Maomé chocou-se com os interesses econômicos dos coraixitas de Meca que temiam que a nova religião diminuísse as peregrinações à Caaba, prejudicando assim seus negócios. Maomé foi perseguido e expulso de Meca em 622, tendo emigrado para Yatreb. Este episódio é conhecido como Hégira (emigração, separação), e marca o início do calendário islâmico.


A cidade de Yatreb, depois Medina (“a cidade do profeta”), recebeu Maomé e seus seguidores, aderindo à religião islâmica e divulgando-a entre os beduínos do deserto. Maomé transformou-se em chefe teocrático e substituiu as antigas organizações tribais pela comunidade de crentes, fundamentada no vínculo religioso Em pouco tempo, Maomé conquistou uma legião de adeptos que, em 630, se dirigiu e conquistou Meca. Conseguiu, dessa forma, impor uma única religião aos árabes, elemento determinante para a unificação política da região. O Profeta, além de chefe religioso, passou a ser o chefe político dos árabes. Em 632, o profeta Maomé morreu e foi sucedido pelos Califas (seguidores do profeta).

No final do século VII, a população árabe viveu um intenso crescimento demográfico que gerou a necessidade de novas terras. Um elemento da religião fundada por Maomé serviu de justificativa para a expansão territorial verificada no século seguinte. Segundo os preceitos islâmicos, todo seguidor de Maomé deve ser um soldado encarregado de levar a fé a todos os “infiéis” (djihad = Guerra Santa). Tal motivação levou os árabes, comandados pelos califas, à expansão por vastas áreas do Mediterrâneo e consequente contato com diversas culturas.

Arábia pré-islamismo

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Antes de tudo, para entender a cultura e mais especificadamente a arte islâmica é preciso conhecer suas origens e o contexto socioeconômico e político do local onde ela surgiu.

ARÁBIA PRÉ-ISLAMISMO

A Arábia é uma península no atual Oriente Médio, composta por um grande planalto desértico cercado por cadeias de montanhas e coberto de areia. As condições geográficas duras impostas às populações árabes pré-islâmicas fizeram com que elas se adaptassem de forma dispersa e variada. Até o século VI não existia unidade política centralizada, e a agricultura era limitada à porção litorânea, predominando o pastoreio no interior.  

A Arábia pré-islamismo pode ser dividida em duas áreas: 

Arábia desértica: nesta região, que corresponde à maioria do território árabe, viviam os beduínos, tribos nômades-pastoris em constante disputa pelos oásis e poços de água. Com suas caravanas, praticavam o comércio de vários produtos pelas cidades da região.

Tribos coraixitas: esta região era formada por tribos sedentárias que ocupavam regiões litorâneas da Península Arábica.  Desenvolviam uma economia agrícola e mercantil, e foi a região onde surgiram cidades árabes como Meca e Yatreb.

Já que o Oriente Médio é o ponto de transição entre a Ásia, a África e a Europa, verdadeiros centros comerciais surgiram nessas cidades, sobretudo em Meca. Emergiu uma aristocracia mercantil, formada por famílias que dominavam o comércio. Em Meca, esse papel era desempenhado pela tribo coraixita.
Os árabes antes de Maomé seguiam o politeísmo idólatra, em que cada tribo cultuava seus ancestrais sob forma de ídolos (imagens) que se achavam conservados na Caaba (templo) de Meca. O deus principal era Alá, simbolizado pela “pedra negra”, que, segundo eles, havia sido enviada dos céus.

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Arte islâmica. CSFX - 2º EM - Turma 202